
O melasma é uma doença de pele, na qual manchas escuras começam a surgir principalmente no rosto, sendo mais raro em outros locais do corpo como nos braços. É bem mais frequente em mulheres e durante a gestação (quando chamamos de cloasma). Essas manchas costumam acometer regiões como bochechas, testa, dorso do nariz e região acima do lábio. São de formato irregular e afetam os dois lados da face de forma simétrica.
Entre as causas estão diversos fatores, sendo o principal a exposição solar. Esta exposição não se dá somente no banho de sol, mas no dia-a-dia de forma geral, mesmo ele nublado ou chuvoso. Por este motivo, a fotoproteção com altos índices de FPS e proteção UVA é necessária e se preconiza reaplicar filtro solar de 3/3 horas. Outro fator importante é a exposição à radiação infravermelha e também a luz visível (como lâmpadas, computador e inclusive celular). Mais um motivo para usar um bom filtro solar diversas vezes ao dia. O ideal é que se use de preferência filtros físicos (aqueles que incluem ativos como óxido de zinco ou dióxido de titânio) ou com cor de base. Estes ativos aumentam ainda mais a proteção.
A exposição à hormônios, seja ela na forma de pílulas anticoncepcionais, DIU Mirena ou inclusive gestação, também está envolvida na doença. Sempre que possível se orienta a paciente a buscar outro método anticoncepcional livre de hormônios, de acordo também, com a avaliação de seu ginecologista.
O diagnóstico do melasma é clínico, feito por médico dermatologista. Na maioria dos casos não necessita de exames como biópsia. Utilizamos este recurso apenas quando há dúvida quanto ao diagnóstico ou resistência aos tratamentos.
Os tratamentos visam controlar e amenizar as lesões, lembrando que a cura das manchas é muito difícil, por se tratar de uma doença crônica. A proteção solar é extremamente importante. Deve-se evitar a exposição ao sol em qualquer área do corpo, mesmo que não se tenha manchas naquele local.
Entre as opções terapêuticas, temos cremes clareadores tópicos, antioxidantes orais, peelings, lasers, entre outros. Uma novidade que vem mostrando resultados promissores nos congressos brasileiros e internacionais é o uso de técnicas como IPCA (Indução Percutânea de Colágeno com Agulhas) e o MMP (Microinfusão de Medicamentos na Pele). Ambas as técnicas foram desenvolvidas e patenteadas por médicos dermatologistas, que utilizam a injúria da pele com aparelhos específicos com agulhas, acompanhada ou não de injeção de clareadores, em sessões repetidas de acordo com o protocolo de cada técnica. Os procedimentos são feitos em consultório, com pouco desconforto no local da aplicação e o paciente já pode retomar suas atividades diárias no mesmo dia, sem apresentar descamação ou vermelhidão relevante.
Devemos lembrar que tratamentos inadequados podem piorar o melasma e tornar algumas manchas definitivas, gerando inclusive bolhas e cicatrizes. Por este motivo, se alerta os pacientes da importância de buscar o médico dermatologista e realizar somente os tratamentos prescritos, evitando cremes ou procedimentos fora da receita médica.

Dra Julia Ribar é médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
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